Perfil do Mês - Audrey Hepburn
lundi 17 août 2009 |

Ícone de elegância e estilo, Audrey Hepburn foi muito mais que uma das mulheres mais belas do mundo. Com quase trinta filmes no currículo, um Oscar e várias outras apresentações em teatro ou televisão, Audrey é, definitivamente, uma mulher para se admirar.



INFÂNCIA

Nascida com o nome Audrey Kathleen Ruston, em 4 de Maio de 1929, Audrey era filha do banqueiro John Victor Hepburn-Ruston e da baronesa Ella van Heemstra. Quando tinha apenas seis anos, passou pelo o que ela chamou posteriormente de "a experiência mais traumática de minha vida": o abandono de seu pai. No mesmo ano, começou a ter aulas de ballet, no colégio interno em que permaneceu de 1934 a 1938, o ano em que seus pais se divorciaram formalmente.

SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

No ano seguinte, com o começo da Segunda Guerra Mundial, Ella resolve mudar-se com a filha Audrey para a Holanda - então um país neutro - acreditando ser mais seguro do que continuar na Inglaterra. Na época, Audrey apenas falava inglês, e precisou aprender o novo idioma rapidamente; sua mãe inclusive a aconselhava a não falar inglês em público. Em 1941, começa a treinar ballet seriamente na Arnhem School of Music, e três anos depois já ensina os estudantes mais novos; também dava aulas particulares, como forma de aumentar a renda familiar. Entretanto, por causa do racionamento de alimentos cada vez mais severo, Audrey fica tão fraca que precisa interromper as aulas. Volta ao ballet apenas um ano depois, e recebe ótimas críticas após uma apresentação no teatro municipal. No mesmo ano, mulheres novas são recrutadas pelos alemães para servirem nas cozinhas militares; para evitar a situação, Audrey se esconde isolada por um mês em sua casa. Finalmente, em 1945, a Guerra acaba - e com ajuda da futura atriz: Audrey serviu de mensageira para a Resistência por várias vezes, carregando mensagens dentro das meias e sapatos.

Quando questionada sobre a experiência, ela disse: "Não desconsidere nada de horrível que você ouviu ou leu sobre os nazistas. É muito pior do que você poderia imaginar".



RECUPERAÇÃO

Com 16 anos, Audrey media quase 1,70m de altura e pesava apenas 41kg. A má-nutrição do período de recessão fez com que Audrey desenvolvesse asma, icterícia, anemia e edema; além disso, seu metabolismo estava afetado permanentemente, tornando a tarefa de ganhar peso incrivelmente difícil. No mesmo ano começa a estudar ballet com Sonia Gaskell, grande nome do ballet holandês. No ano seguinte, é escolhida para dançar com o melhor estudante de Gaskell; a crítica diz: "ela não tinha grande técnica, mas com certeza tinha grande talento". Entretanto, Audrey começa a descobrir que sua grande altura e pouco treinamento são fatores determinantes para o ballet, e a carreira com a dança perde o futuro.

Na mesma época, Audrey é apresentada a um fotógrafo por um amigo, começando a trabalhar como modelo; também ganha um pequeno papel em um filme independente holandês chamado Nederlands in 7 lessen, em 1948.

HOLLYWOOD

Depois de outros sete filmes europeus (cinco de 1951, dois de 1952), Audrey finalmente chega a Hollywood.

Durante as filmagens do sétimo filme, Nous irons à Monte Carlo, Colette vê Audrey e diz que ela é perfeita para o papel principal de Gigi. Assim, com treinamento e trabalho árduo, Audrey estreia na Broadway. Em 1952 começam as filmagens de Roman Holiday - Audrey já havia conseguido o papel com um teste feito em Londres. No mesmo ano, fica noiva de James Hanson, "love at first sight", mas decide (após o vestido estar pronto e a data marcada) que o relacionamento não daria certo por causa da demanda de suas carreiras.

Em 1953, Audrey começa a filmar Sabrina e, no seguinte, recebe Oscar de melhor atriz por Roman Holiday (competindo com a já diva hollywoodiana Grace Kelly). Ironicamente, Audrey é indicada para o Oscar de melhor atriz por Sabrina, em 1955, mas desta vez perde para Grace Kelly. No ano entre os dois Oscars citados, Audrey casa-se com o ator Mel Ferrer.



Em 1955, filma War and Peace, e, no seguinte, Funny Face e Love in the Afternoon. É só quatro anos (e três filmes depois) que o clássico Breakfast at Tiffany's surge. Audrey, sendo extremamente exigente, acaba rejeitando muitos roteiros - inclusive uma oportunidade em The Diary of Ann Frank, porque seria "muito doloroso e próximo às experiências da guerra". Diz-se que ela, inicialmente, inclusive rejeitou o roteiro de Breakfast at Tiffany's por não querer fazer o papel de uma protistuta.

Em 1959, dois anos antes do seu filme mais conhecido, ela descobre onde seu pai está vivendo e vai visitá-lo; a partir daí, passa a contatá-lo todos os meses até a morte do pai, duas décadas depois. Na mesma época, também descobre que está grávida pela segunda vez (sendo a primeira no ano de seu casamento, infelizmente interrompida por um aborto espontâneo). O bebê nasce em 17 de Julho de 1960, chamado Sean Ferrer. Sete anos depois, outra gravidez resulta em aborto espontâneo, e, em Novembro de 1968, Audrey e Mel se separam. Em Janeiro do ano seguinte, Audrey casa novamente e se descobre grávida. Luca Dotti nasce no dia 8 de Fevereiro de 1970. Quatro anos depois, Audrey sofre o quinto aborto.

Nesse meio tempo e nos anos que se seguiram, Audrey filmou vários filmes, entre eles Charade, Paris When It Sizzles, My Fair Lady, How to Steal a Million, Bloodline - entre tantos outros dos quase trinta filmes que totalizam seu currículo. Seu último papel para o cinema foi no filme Always, de 1989, quando tinha 60 anos.

UNICEF

Incrivelmente solidária, a carreira de Audrey foi pontuada para trabalhos para a UNICEF. Em 1954 já fazia apresentações em rádios, mas seu primeiro trabalho de campo só aconteceu em 1988, na Etiópia. Em Agosto do mesmo ano, partiu para Turquia para uma campanha de imunização - a equipe conseguiu vacinar o país inteiro em apenas dez dias. Em Outubro, viajou para América do Sul, passando por Venezuela e Equador. Passou por muitos outros países, entre eles Vietnã, onde participou de campanhas pela água potável, e Somália, apenas quatro meses antes de sua morte.

Ela disse: "eu me deparei com uma verdade ofuscante: esses não são desastres naturais, são tragédias criadas pelos homens. E só há uma única solução, também feita pelos homens: a paz".

Atualmente, uma instituição beneficente em seu nome é mantida por seus filhos. Você pode acessar o site aqui.



Audrey morreu de câncer em Janeiro de 1993, mas nos deixou um legado de (alerta de clichê!) solidariedade, talento e beleza. Beleza em todos os aspectos de sua vida, e talvez por isso a elegância tivesse grande apelo para ela. Ícone de estilo, Audrey soube aproveitar o melhor da Moda sem exageros e desperdícios, sabendo dosar classicismo e ousadia e criar um estilo admirado até hoje pelo mundo inteiro.

E como sobre uma pessoa assim é impossível falar em apenas um post, aguardem a continuação!

Clarissa

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escrito às 14:46 | back to top