Falsas it-bags?
mercredi 26 août 2009 |

Não sei se nas outras partes do Brasil é assim, mas aqui em Porto Alegre, independente do preço, toda mulher ama uma bolsa Victor Hugo. E eu fico pensando: será que vale a pena? Investir tanto numa bolsa que sequer tem o status de uma Louis Vuitton?

Photobucket

Esses dias, brincando no Google, achei esse texto sobre as bolsas Victor Hugo que saiu na Veja em 2000. Apesar de ser de nove anos atrás, achei bastante esclarecedor. Confiram:

Quem diria: Victor Hugo, sinônimo de bolsas chiques e caríssimas, existe, mora no Rio de Janeiro, driblou bem a competição com marcas como Gucci e Vuitton e planeja voar mais alto no ano que vem – registrou sua marca nos Estados Unidos e prepara uma linha de roupas e calçados. E se chama Victor Hugo mesmo, Alves Gonzalez de sobrenome. Aos 50 anos, o ex-hippie uruguaio só tem motivos para comemorar a decisão tomada na década de 70, quando deixou a fazenda dos pais para "buscar novos horizontes". No melhor estilo da época, desembarcou no Brasil com muitos planos e nenhum dinheiro. Foi vender jóias de prata (que fazia em casa) na Praça General Osório, no Rio de Janeiro, onde montava sua barraquinha todo final de semana, e na Praça da República, em São Paulo, onde aparecia eventualmente. Nos outros dias, carregava seus produtos nas costas e visitava cabeleireiros, galerias de arte e todos os lugares onde pudessem existir boas clientes. Bonitão e bom de papo, foi conhecendo as pessoas certas e ganhando freguesia. Hoje, tem duas fábricas no Rio de Janeiro, vinte lojas próprias e 24 licenciadas e 2 100 funcionários. Declara um faturamento anual de 50 milhões de dólares.

"Quando cheguei ao Rio, artesanato era moda e eu fazia jóias caras. Meus clientes sempre foram artistas e grã-finos", lembra. "Eu vivia como os clientes, gastava muitíssimo e nunca sobrava dinheiro." O estilo incluía um lado globe-trotter, com viagens freqüentes a Ibiza, Saint-Tropez, Paris e Londres, onde ele garante que conseguia se sustentar vendendo jóias. Nessas andanças, aprendeu várias línguas – fala fluentemente italiano, francês e inglês, além do espanhol original e do português –, conheceu muita gente e ampliou o leque de clientes. Conta que foi quando se preparava para uma dessas viagens que notou que, no Brasil, não havia malas ou bolsas de boa qualidade. Pronto: a barraquinha mudou de ramo.

A primeira bolsa Victor Hugo era uma espécie de baú com duas alcinhas. Seguindo o mesmo conceito das jóias, passou a fazer bolsas exclusivas, artesanais e, lógico, caras – uma bolsinha de couro custava o equivalente a 300 dólares. A promoter carioca Anna Maria Tornaghi confirma esse detalhe. "A primeira bolsa que comprei dele foi em uma galeria de arte. Eu estava com uma amiga e lembro que a bolsa era bem cara, porque a minha amiga até sugeriu que comprássemos uma só para nós duas – naquela época recebíamos mesada, e a mesada era pequena", rememora. Depois de vender de porta em porta, Victor Hugo passou a produzir pequenas coleções para lojas conhecidas, como Elle et Lui, Krishna e Via Veneto.

Com a marca mais ou menos firmada, Victor Hugo aposentou a barraquinha, montou uma fabriqueta e abriu a primeira loja em Ipanema, em 1975. Daí para a frente, cresceu sem parar, sempre fincado no nicho dos produtos de luxo – o preço médio de uma bolsa Victor Hugo é 500 reais, podendo chegar a 1 200 cobrados por um modelo de couro de avestruz. Enquanto os portos nacionais estavam fechados à importação, reinou sozinho, com bolsas notavelmente semelhantes às das grandes grifes internacionais – característica que ele mesmo reconhece. "Como eu era a única referência, não tinha nenhum problema minhas bolsas serem parecidas", diz. Mas ressalva: "Agora que estão chegando todas, tenho de fazer mais produtos personalizados". Nas prateleiras, porém, o que se vê ainda é muita inspiração, digamos, externa. Por que, então, alguém se dispõe a pagar caríssimo pelo VH (logo que lembra muito o LV, de Louis Vuitton)? Fidelidade, diz ele, e carteira recheada. "Quem pode comprar Victor Hugo não pensa em economizar", jacta-se.

Comprar por fidelidade? Acho que prefiro esperar a minha Louis Vuitton legítima, obrigada.

Marina.

Libellés : ,

escrito às 07:54 | back to top