Perfil da Semana - Lolita Pille
lundi 27 avril 2009 |

“Eu sou uma putinha. Daquelas mais insuportáveis; da pior espécie. Meu credo: seja bela e consumista”.Hell/Paris - 75016

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BIO

Lolita Pille nasceu em Sèvres, França, no dia 27 de agosto de 1982. Vinda de uma família rica (mas que ela própria define como classe média alta), Lolita sempre foi acostumada ao luxo e a conviver com pessoas tão ricas, fúteis e mimadas quanto ela. Foi de sua própria vida que ela tirou inspiração para escrever, em 2002, seu primeiro fenômeno editorial – Hell/Paris – 75016.

INÍCIO

Lolita começou a escrever Hell nos cafés da moda de Paris, às quatro da manhã, depois de sair das boates em que passava a noite. Também escrevia nos intervalos das aulas no Liceu La Fontaine, as quais ela pouco freqüentava. Não precisava de muita pesquisa, bastava olhar ao seu redor, conversar com as amigas arrogantes e mimadas e descrever seu próprio cotidiano, vivido em badalados restaurantes, bares de hotéis e áreas VIPs de boates, sem falar nos passeios em Porsches e Ferraris e nas viagens nos jatinhos de amigos.

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HELL

Niilismo, existencialismo, pessimismo. Hell é Ella, uma garota rica – muito, muito, muito rica – que vive no 16ème Arrondissement de Paris (um dos bairros mais sofisticados da cidade). Com 14 anos ela entrou em uma boate e, em suas palavras, nunca mais saiu. Agora, com 18 anos, Hell (pseudônimo que ela própria se intitulou) é cocainômaca, alcoólatra e não faz mais nada da vida além de acordar todos os dias às quatro da tarde, comprar, comprar e comprar, sair com os amigos, se drogar, ir à boates, beber, fazer sexo, para no outro dia começar tudo de novo.
Hell tem sua primeira crise ao fazer um aborto. Caída no chão, chorando em frente a uma Baby Dior, ela encontra Andrea Di Sanseverini (dono do Porsche Carrera com a placa 75ONLY75), que, depois ela descobre, é tão ruim – ou pior – que ela.
Andrea é rico e bonito, exatamente como Hell, e não tem nenhum objetivo na vida além de sacanear o maior número de pessoas possíveis. “Eu sacaneio o mundo porque o odeio”, é o que ele diz. Os dois se vêem atraídos um pelo outro instantaneamente, e nenhum deles tem algo a perder.

“Hell é fascinante e provocador, um livro desabusado e lúcido, diante do qual é impossível permanecer indiferente. Talvez o segredo de seu impacto esteja no fato de que, por trás da irritante exaltação do meio que freqüenta, Lolita o denuncia da forma mais dura possível. A partir do momento em que faz um aborto, Hell adquire (diante de uma loja Baby Dior...) uma consciência amarga da vacuidade da sua existência. É então que a autora desvenda sem hipocrisia o mundinho fútil dos muito ricos, o lado sombrio da juventude dourada”. – Luciano Trigo.

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O SUCESSO DE HELL

Lolita Pille ganhou fama depois de Hell e seu livro foi traduzido para várias línguas. Há quem tenha odiado sua obra, assim como há aqueles que amaram. Em 2006, virou filme dirigido por Bruno Chiche e roteirizado pela própria Lolita. No entanto, a crítica não gostou muito, e, realmente, Hell/filme não chega nem aos pés de Hell/livro.

"Andreaaaaaaaaaaaaaaaaa!"

AS CONSEQUÊNCIAS

Depois da publicação de Hell, Lolita foi proibida de entrar em diversas boates de Paris, e seus amigos, que se viram retratados no livro, a rejeitaram. No entanto, a clubbing life que Lolita vivia já a cansara, e logo ela conheceu novas pessoas, se mudou para o Marais, bairro dos boêmios e artistas de Paris, e passou a freqüentar muito mais bares do que clubes. Segundo Lolita, nos clubes você , nos bares você fala e ouve.

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BUBBLE GUM

Bubble Gum foi o segundo livro de Lolita, também traduzido para várias línguas. Combina dois temas clássicos da literatura: o da incoerência ultrajada e o do pacto faustiniano com o mal. Manon, 21 anos, entrega sua alma - e também seu corpo - a Derek, em troca do brilho enganoso dos refletores. Mas, como em seu romance de estréia, Lolita Pille constrói uma narrativa mais complexa do que parece, avessa a clichês e permeada por uma crítica sutil aos valores da sociedade contemporânea. A relação com o pai e a negação das origens - tudo o que Manon quer é se desligar do passado - permeiam os conflitos vividos pela protagonista. Quando a existência tem a profundidade de um pires, até as angústias são pré-fabricadas. Não é a toa que volta e meia Derek esbarra num contra-regra, como se a vida fosse um filme.

“Quero trabalhar no cinema”.
“No cinema... por quê? Para ficar rica, famosa, para que amem você?”
“Não”.
“Por quê?”
“Para mudar de vida. A cada papel. Mudar de pele. Mudar de passado. Mudar de nome. Mudar de história. Mudar de rosto. Eu detestei minha vida, quero experimentar outras”.
“O que você quer é dinheiro fácil, o luxo e as homenagens, que tenham inveja de você, mesmo quando tenham pena de você, o mundo a seus pés, os caprichos de diva. E todo o resto...”
“Não me importo”.
“É realmente o que você quer?”
“Sim... Eu faria qualquer coisa”.
“Que tipo de qualquer coisa?”
“Tudo. Eu venderia minha alma ao diabo...”
“Mesmo?...”

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JALOUSE

Em novembro de 2007, Lolita fez um editorial para a revista Jalouse, fotografado por Matthew Frost. Algumas fotos ilustram o post.


MAIS

Crépuscule Ville é o terceiro livro de Lolita, sem tradução para o português ainda. Promete ser tão bom quanto seus sucessores – principalmente por vir de uma autora avessa a clichês.

Marina.
Fontes: Site da Lolita Pille, Wikipédia, livros da Lolita.

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escrito às 11:54 | back to top